sábado, 26 de março de 2011

O Quarto

Talvez você tenha estragado tudo. Talvez você reflita nas ações passadas e estremeça de remorso. A pureza parece ser uma causa perdida. Este sonho, chamado de “O Quarto”, é dedicado a você.
Naquele estado entre estar acordado e estar sonhando, me encontrei em um quarto. Não havia nada que chamasse a atenção exceto por uma parede coberta de arquivos de gaveta com fichas. Eles eram como aqueles de biblioteca que listam os livros por autor ou assunto em ordem alfabética. Mas estes arquivos, que iam do chão ao teto e pareciam não ter fim em cada lado, tinham cabeçalhos muito diferentes. Ao me aproximar da parede de arquivos, o primeiro a me chamar a atenção foi um intitulado “Garotas de quem eu gostei.” Eu o abri e comecei a passar o olho nas fichas. Rapidamente eu fechei a gaveta, chocado pelo fato de reconhecer os nomes que estavam escritos em cada ficha.
E então sem ninguém me contar, eu soube exatamente onde estava. Este quarto sem vida com os seus pequenos arquivos era um sistema de catalogação da minha vida. Aqui estavam anotadas as ações de cada momento meu, grande ou pequeno, com um detalhe que a minha memória não poderia igualar.
Fui tomado por uma sensação de admiração e curiosidade, acompanhada de horror, quando comecei a abrir arquivos aleatoriamente e explorar os seus conteúdos. Alguns me trouxeram alegria e agradáveis memórias; outros uma sensação de vergonha e arrependimento tão intensa que até olhava por cima do ombro para ver se havia alguém observando. Um arquivo chamado “Amigos” estava ao lado de um marcado “Amigos a quem traí.”
Os títulos variavam de mundano até os mais esquisitos. “Livros que eu li,” “Mentiras que contei,” “Conforto que ofereci,” “Piadas de que eu ri.” Alguns eram até hilariantes na sua exatidão: “Coisas que gritei contra os meus irmãos.” De outros eu não pude rir: “Coisas que fiz movido pela raiva,” “Coisas que murmurei contra meus pais.” Eu sempre ficava surpreso pelo conteúdo. Frequentemente havia muito mais fichas do que eu esperava. Algumas vezes havia menos do que eu desejava. Fui esmagado pelo volume completo de vida que havia vivido. Haveria a possibilidade de eu ter tido o tempo nos meus vinte anos de escrever cada uma destas milhares, possivelmente milhões, de fichas? Mas cada ficha confirmava esta verdade. Cada uma delas estava escrita com a minha própria caligrafia. Cada uma assinada com a minha assinatura.
Quando eu abri o arquivo chamado “Canções que ouvi,” eu me dei conta de que os arquivos cresciam em profundidade para caber o seu conteúdo. As fichas estavam guardadas bem apertadas, e ainda assim ao final de dois ou três metros, ainda não tinha chegado ao fundo da gaveta. Eu a fechei, envergonhado, nem tanto pela qualidade da música, mas pela enorme quantidade de tempo que eu sabia que aquele arquivo representava.
Quando cheguei a um arquivo chamado “Pensamentos Impuros,” senti um frio correr pelo corpo. Abri o arquivo apenas uns dois centímetros, sem querer testar o seu tamanho. Arrepiei com o conteúdo detalhado. Me senti mal só de pensar em que um momento como aquele tinha sido registrado.
De repente senti uma raiva quase animal. Um pensamento dominava a minha mente: “Ninguém jamais deverá ver estas fichas! Ninguém jamais deverá ver este quarto! Tenho que destruí-las!” Com uma fúria insana puxei o arquivo para fora. O seu tamanho não importava agora. Eu tinha que esvaziá-lo e queimar as fichas. Mas ao pegar o arquivo numa ponta e batê-lo no chão, não consegui deslocar nenhuma ficha. Fiquei desesperado e tirei uma ficha, apenas para descobrir que ela era forte como o aço quando tentei rasgá-la.
Derrotado e absolutamente desamparado, guardei o arquivo no seu lugar. Apoiando a testa contra a parede, soltei um longo suspiro de autocomiseração. E então eu o vi. O título dizia: “Pessoas a quem compartilhei o evangelho.” O puxador estava mais brilhante que aqueles ao seu redor, mais novo, quase sem uso. Eu puxei a gaveta e saiu na minha mão uma pequena caixa de no máximo oito centímetros de comprimento. Eu podia contar as fichas em uma mão.
E então vieram as lágrimas. Comecei a chorar. Os soluços eram tão profundos que a dor começava no estômago e me sacudia todo. Caí de joelhos e chorei. Gritei sem constrangimento, por causa da esmagadora vergonha de tudo aquilo. As fileiras de gavetas dos arquivos giravam em meus olhos cheios de lágrimas. Ninguém jamais deveria saber deste quarto. Eu devia trancá-lo e esconder a chave.
Mas então, ao limpar as lágrimas, eu O vi. Não, por favor, Ele não. Não neste lugar. Ô, qualquer um, menos Jesus.
Eu assistia, sem poder fazer nada, enquanto ele come-çava a abrir os arquivos e ler as fichas. Eu não agüentava ver a Sua reação. E nos momentos em que consegui olhar na sua face, eu vi uma tristeza mais profunda do que a minha. Parecia que Ele intuitivamente ia para as piores caixas. Por que Ele tinha que ler cada uma delas?
Finalmente Ele se virou e me olhou lá do outro lado do quarto. Ele olhou para mim cheio de compaixão nos olhos. Mas esta era uma compaixão que não me deixou irado. Abaixei a cabeça, cobri o meu rosto com as mãos e comecei a chorar de novo. Ele se aproximou e colocou o Seu braço em volta de mim. Ele poderia ter dito tantas coisas. Mas não disse uma palavra. Apenas chorou comigo.
Depois Ele se levantou e voltou para a parede de arquivos. Começando em uma ponta do quarto, ele tirou um arquivo e, de um em um, começou a assinar o Seu nome em cima do meu em cada cartão. “Não” eu gritei, correndo em sua direção. Tudo que consegui dizer foi: “Não, não” enquanto tirava a ficha da sua mão. O nome Dele não deveria estar nestas fichas. Mas lá estava ele, escrito em vermelho tão rico, tão escuro, tão vivo. O nome de Jesus cobria o meu. Estava escrito com o Seu sangue.
Ele delicadamente pegou a ficha de volta. Ele sorriu um sorriso triste e continuou a assinar as fichas. Acho que jamais compreenderei como Ele o fez tão rapidamente, mas no próximo instante parecia que Ele fechava o último arquivo e voltava para o meu lado. Ele colocou a sua mão no meu ombro e disse: “Está consumado.” Me levantei, e Ele me guiou para fora do quarto. Não havia tranca na porta. Ainda havia fichas a serem preenchidas.
Para pecadores como você e eu, existe uma boa notícia: Cristo pagou a nossa dívida. Ele cobriu o nosso pecado com o Seu sangue; Ele se esqueceu do passado. A pureza começa hoje. “Portanto, deixemos de lado as obras das trevas e revistamo-nos da armadura da luz.” (Rm 13:12) Reconhecidamente alguns terão mais para deixar de lado do que outros - mais memórias, mais sofrimentos, mais desgosto. Mas o passado não precisa determinar o futuro. Nós temos escolhas neste momento sobre como viveremos. Será que vamos colocar o nosso coração em Deus e andar em Seus caminhos? “Comportemo-nos com decência,” continua a passagem de Romanos, “...não em orgias e bebedeiras... Pelo contrário, revistam-se do Senhor Jesus Cristo e não fiquem premeditando como satisfazer os desejos da carne.” (Rm 13:13-14)
Nenhum de nós pode se apresentar diante de Deus completamente puro. Todos somos pecadores. Mas independente de quão imundos sejam os trapos da nossa violação, em um momento de verdadeira entrega, o coração voltado para Deus perde a sua impureza. Deus nos veste na retidão de Cristo. Ele não vê mais os nossos pecados, Ele transfere a pureza de Jesus para nós. Então se veja como Deus o vê - vestido de branco radiante, puro, justificado.
Talvez você tenha um momento específico na memória que continua a atormentá-lo, algo que faz com que não se sinta merecedor do amor e perdão de Deus. Não permita que o passado seja vencedor. Esqueça-o. Não fique revivendo aquele momento ou outros como aquele. Se você se arrependeu de todos aqueles comportamentos, Deus prometeu que não mais se lembraria deles (Hb 8:12) Siga em frente. Uma vida de pureza o aguarda.

Texto retirado do livro Eu disse adeus ao namoro de Joshua Harris

sexta-feira, 4 de março de 2011

Testemunhando o próprio post

Pois é.
Sempre comentei aqui que o que escrevo faz parte do meu MANUAL, mas mais do que essa semana o post Mesmo que seja o pior dia que já tenha enfrentado fez parte da minha vida.
É a prova que aqui realmente é meu local que escrevo o que normalmente vejo e convivo...

Vamos lá então contando o que me ocorreu.

Essa semana não sei se todos sabem foi meu aniversário, completei finalmente meus 18 anos em grande estilo, ou seja, morando fora de casa e em outra cidade. KKK
Marquei de sair em plena segunda feira com amigos e meus pais vieram a noite para aqui também, só que, estava eu na biblioteca do meu colégio guardando um lugar pra estudar a tarde quando vou ao banheiro esqueço meu celular por 5 min e ele é furtado.
E aí desabou meu dia!
Eu tinha que ligar pra um tanto de gente pra avisar que eu avisar pra sair, eu ia receber ligação de amigos de outros estados, do bebe(meu irmão/primo pra quem não conhece) e da minha família toda porque afinal, nem na minha cidade eu estava. Eu estava a partir daquele momento incomunicável.
E ai eu sai igual louca atrás pra saber e procurar na esperança frustrante de achá-lo nas minhas coisas, procurei as tias da biblioteca da secretária que me trataram super mal, riram de mim (teve umas que não), diretor pedagógico nem me deixaram ver para eu pelo menos saber se as cameras estavam ao menos ligadas pra ver quem tinha entrado no banheiro naqueles minutos.
Ninguém me ajudou!
Foi aquele momento que você entende o que é morar sozinha e o que é ter só Deus mesmo junto com você.
O dia então que era pra ser aquela alegria estava sendo um desastre.
Depois de concluir que eu nunca mais o veria e que eu não conseguiria estudar mais, eu sentei e comecei a pensar mais, me questionar como eu pude ser irresponsável ao ponto de deixar isso acontecer ou como Deus me permitiu passar por uma dessa justo no dia do meu aniversário.  Logo então eu me vi, sem comunicação, sem quem me ajudasse, sem saber o que fazer, sem nada. Isso sim mexeu comigo!
Resolvi então entrar na net da escola (nem net eu tenho no ape =(( ) bri meu blog e eu comecei a ler o que escrevi nesse post.
Eu me pedindo pra sorrir JUSTO NESSE DIA, mesmo que nada contribua para isso?
Sorrir? Eu estava louca quando escrevi isso, só pode, pensei.
E continuei lendo que neste mundo tudo passará, que todas as coisas são passageiras, que os outros poderiam rir de mim e não entender meu sofrimento e nem me ajudar, mas Jesus estava ali, Jesus fez algo eterno por mim e ninguém pode repetir e nem copiar esse feito.
Eu descobri que eu tinha que guardar a minha fé para dias como esse e eu resolvi ter fé para combater meus combates diários, descobri que eu estava me frustrando com meu próprio braço até porque existe coisas que não podemos controlar na nossa vida, só Deus pode.
E finalmente acabando de ler o post eu resolvi tornar as coisas mais fáceis e deixar Jesus fazer por mim!

É fácil não foi em nada fazer isso, mas o final da corrida veio 2 dias depois...
Noutro dia já melhorando pelo ocorrido e feliz por ter feito 18 me chamaram imediatamente ao chegar na biblioteca para contar que alguém tinha pego meu celular mas que tinha resolvido devolver.
Imagina então minha cara?
Eu não acreditei mas ao mesmo tempo eu só lembrava do post! SORRIA!
Só que como temos que guardar nossa fé até o fim, me avisaram que iam devolver só no outro dia...
Chegou o outro dia e cheguei no horário marcado e nada de me entregarem... ai lá vai eu correr de um lado para o outro, meia hora depois nada de celular e assim foi, só que como eu tinha aula eu tive que sair de lá, me corroendo por dentro mas tive. Cheguei na sala e no segundo horário a pessoa me entregou na sala mesmo...Nem precisei voltar na biblioteca nem nada! Agradeci ela demais. alguém que se tinha sido quebrantada por Deus para me devolver meu celular.
O alívio foi a melhor parte de todas...

Fora isso a semana continuou conturbada, mas agora eu não me permito lutar sozinha, eu peço a Jesus pra ir lutando comigo!
Faça o mesmo, peça pra Jesus ir abrindo o caminho, quebrando as correntes, tirando os espinhos, ordenando os anjos para contigo lutar, para abrir portas que ninguém mais pode fechar, mas Ele trabalha pra quem NELE confia que caminha sendo noite ou dia....

A luta continua, mas depende de você lutar sozinho ou com Jesus!